Você tem um Deus de estimação? - Parte II


Em I Samuel 4, o povo de Israel e o sacerdote Eli nos demonstram quanto o relacionamento que eles possuíam com Deus estava deturpado.
Em especial, duas características do relacionamento que eles tinham com Deus devem ser advertência nos dias de hoje!

Veja a primeira característica, clicando aqui.

Abaixo a segunda característica:

2. Eles pensavam que tinham um Deus pequeno e manipulável, um "Deus de estimação".

Esse raciocínio fica exemplificado em I Samuel 4.13:

"E, chegando ele, eis que Eli estava assentado numa cadeira, olhando para o caminho; porquanto o seu coração estava tremendo pela arca de Deus..."

A Palavra nos conta que o coração de Eli estava tremendo pela arca de Deus.
Em uma leitura mais rasa, isso pode parecer sinal de um coração zeloso. No entanto, quando vemos o contexto bíblico, isso demonstra na verdade uma falta de compreensão sobre quem é Deus e sobre o tamanho do Seu poder e majestade.

Eli estava preocupado com aquele sinal de representatividade de Deus no meio do povo, mas havia se esquecido de que Deus era muito maior que aquela arca e que aquele símbolo era apenas... um simbolo!

A ausência do símbolo não indicava a perda da presença de Deus em meio ao povo! Como também a presença do símbolo no campo de batalha não garantia a vitória aos israelitas.

Porém, aquele povo havia passado a encarar a arca de maneira distorcida: o que era símbolo da presença de Deus no meio de Israel transformou-se na representação de um Deus pequeno e manipulável, um Deus de estimação, um amuleto a qual poderiam recorrer, sem a necessidade de uma relação mais profunda.

Na visão deles, bastava invocar aquele amuleto e a vitória seria certa!

No entanto, o Deus de Israel, o nosso Deus, não é um ser passível de ser contido ou administrado!
Ele não é um "Deus de estimação", para o qual basta fornecer o "sacrifício certo", falar um conjunto de "palavrinhas certas" e fazer algum afago com "cerimônias religiosas aparentemente certas" para que ele "abane o rabinho".

A partir do momento em que Israel passa a tratar com Deus de uma maneira essencialmente ritualística (focando nos ritos, mais do que no propósito por trás deles; valorizando os símbolos, mas não a relação que estas figuras invocavam) as referências sobre quem é esse Deus são desvirtuadas.

Passa-se então a uma busca de manipulação das ações de um ser divino que é incontrolável!

E assim, a nossa relação com Deus se dá hoje: vemos por aí inúmeras receitas de como alcançar certas bênçãos de Deus, o estabelecimento de barganhas e relações tão comerciais, que acabam por retratar o Senhor à semelhança de um banco ou uma loja.

No entanto, Deus não é um ser passível de manipulação! O Senhor é fogo consumidor!

É interessante ver na Bíblia homens que vieram logo após essa era de Eli tendo um entendimento mais exato do que Deus espera daqueles que se relacionam com ele.
Como Samuel, que disse o seguinte:

"...Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros." (I Samuel 15.22)

Ou Davi:
"Pois tu não te comprazes em sacrifícios; se eu te oferecesse holocaustos, tu não te deleitarias. O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus." (Salmo 51.16-17)

Diferentemente de outros falsos deuses, o Senhor sempre buscou estabelecer uma relação íntima com o seu povo.
Ele não estava em busca de religiosidade vazia e falsa, mas de um relacionamento onde o Seu caráter poderoso, justo, mas também amoroso e perdoador pudesse ser revelado.

Não há como controlar Deus! Nós é que devemos nos submeter ao Seu domínio e vontade.

Também não precisamos temer pelo Senhor!  Ele tem poder soberano sobre todas as coisas!
Alinhemos o nosso coração à Sua direção para viver um relacionamento vivo e saudável com Ele.

Devemos aprender a nos deleitar naquilo que Ele faz, pois Sua vontade é boa, perfeita e agradável.

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